O Ministério Público da Paraíba (MPPB) oficializou, nesta quarta-feira (27), a demissão de Gilberto Carneiro, servidor efetivo do órgão e ex-procurador-geral do Estado. A decisão ocorre ao fim de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado em maio de 2021, motivado pelas denúncias contra ele no âmbito da Operação Calvário, que investiga desvios de recursos públicos na saúde e na educação do estado.
A exoneração foi assinada pelo procurador-geral de Justiça da Paraíba, Antônio Hortêncio Rocha Neto, e publicada oficialmente na manhã desta quarta, em João Pessoa. Em nota, o chefe do MPPB ressaltou que a medida representa um compromisso da instituição com a ética no serviço público e com a responsabilização de condutas que violem o interesse coletivo: “A adoção de ações firmes contra desvios de conduta reafirma a nossa prioridade em promover a transparência e a integridade na administração pública”, declarou.
Gilberto Carneiro foi denunciado por peculato e coação no curso do processo. Segundo o Ministério Público, ele teria utilizado sua posição como procurador-geral do Estado para favorecer uma Organização Criminosa (Orcrim) que operava dentro da estrutura do governo, prática investigada pela Operação Calvário.
A demissão de Carneiro repercute não apenas no meio jurídico e político, mas também no ambiente acadêmico paraibano. Formado em Direito pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), ele teve sua trajetória inicial marcada por vínculos com a instituição, que é reconhecida nacionalmente pela formação de quadros técnicos e jurídicos qualificados. A UFCG, que vem sendo destaque recente por avanços em infraestrutura e recomposição orçamentária, mantém uma postura firme de valorização da ética na formação de seus egressos, em sintonia com os valores republicanos e democráticos.
A Operação Calvário, deflagrada em 2018, já resultou em dezenas de denúncias, prisões preventivas e condenações envolvendo figuras públicas da Paraíba. O caso de Gilberto Carneiro é mais um desdobramento de uma investigação que tem exposto a profundidade da corrupção institucionalizada durante gestões anteriores no estado.
Redação D1
