Uma nova ofensiva contra o crime organizado foi deflagrada nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (23) na Paraíba. Trata-se da Operação Hope, uma ação conjunta da Polícia Civil com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), com o objetivo de desarticular a maior organização criminosa em atuação no estado.
Fruto de uma investigação iniciada ainda em 2024, a operação representa um dos mais robustos movimentos contra o tráfico de drogas e crimes conexos no território paraibano. Segundo a Polícia Civil, os alvos fazem parte de uma complexa rede criminosa com atuação em tráfico de entorpecentes, comércio ilegal de armas e munições, homicídios encomendados e lavagem de dinheiro.
Um dos marcos mais relevantes da apuração ocorreu em janeiro de 2025, quando os investigadores conseguiram localizar e prender um dos principais líderes da facção, escondido na zona rural de Campina Grande. “A partir da captura desse indivíduo, foi possível mapear toda a estrutura logística e operacional do grupo, o que nos permitiu chegar ao ponto atual da investigação”, revelou a Polícia Civil em nota oficial.
Estão sendo cumpridos 70 mandados judiciais, sendo 25 de prisão preventiva e 45 de busca e apreensão, em cinco cidades paraibanas: João Pessoa, Santa Rita, Conde, Campina Grande e Remígio. Também há ordens judiciais sendo executadas em três unidades prisionais do estado, onde alguns líderes da organização continuam exercendo influência mesmo de dentro do sistema penitenciário.
O nome “Hope”, que significa “esperança” em inglês, faz referência ao Residencial Boa Esperança, mais conhecido como “Gadanhe”, localizado no bairro Padre Zé, em João Pessoa. A região é apontada como uma das bases estratégicas do grupo criminoso investigado.
A operação conta com o envolvimento direto da Polícia Civil da Paraíba, por meio das delegacias especializadas DRACO (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado), DESARME (Delegacia de Repressão ao Tráfico de Armas) e UNINTELPOL (Unidade de Inteligência da Polícia Civil), além do apoio do GAECO/MPPB. A ação também conta com suporte logístico e operacional da Secretaria da Administração Penitenciária e da DIOP – Diretoria de Operações da Polícia Civil.
Ao todo, cerca de 200 agentes de segurança pública participam da operação, entre policiais civis, promotores do Gaeco, policiais penais e bombeiros militares. As autoridades consideram a ação um passo crucial na luta contra o crime organizado na Paraíba, especialmente por atingir o núcleo central de uma das mais perigosas facções do estado.
Redação D1