A Polícia Federal (PF) concluiu um inquérito relacionado à tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro e incluiu entre os indiciados um padre, cuja identidade não foi divulgada até o momento, por suspeita de envolvimento em atos antidemocráticos. A ação visa aprofundar as investigações sobre indivíduos que incitaram, financiaram ou participaram das invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Segundo fontes próximas à investigação, o religioso teria utilizado discursos e publicações nas redes sociais para convocar fiéis e simpatizantes a aderirem ao movimento golpista. A PF analisou vídeos e mensagens que supostamente mostram o padre estimulando manifestações contrárias ao resultado das eleições presidenciais de 2022 e promovendo desinformação sobre o processo eleitoral.
O inquérito foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), que supervisiona as investigações envolvendo figuras públicas e agentes com foro privilegiado. No entanto, não está claro se o padre exerce função em alguma organização política ou se sua atuação se restringe ao âmbito religioso.
Além dele, outras pessoas influentes no meio político e religioso estão sob investigação por incitação e financiamento de atos extremistas. A participação de líderes religiosos nesses movimentos tem levantado debates sobre os limites da liberdade de expressão e o uso do espaço religioso para fins políticos.
Advogados do padre negam as acusações e alegam que o indiciado apenas exerceu seu direito de expressão enquanto cidadão. Eles também afirmam que os materiais analisados foram retirados de contexto.
A PF reforçou que segue coletando provas e depoimentos para responsabilizar todos os envolvidos nos eventos que resultaram em depredação do patrimônio público e ameaças às instituições democráticas. Até o momento, centenas de pessoas foram denunciadas por participação nos atos, e o processo pode trazer mais desdobramentos nos próximos dias.
O caso chama atenção para o papel de líderes religiosos em um momento de polarização no país, reacendendo discussões sobre a necessidade de fiscalização mais rigorosa em discursos que ultrapassem os limites da legalidade e coloquem a democracia em risco.
Redação