O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (9) que a ameaça de uso da “força militar” voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe. A declaração foi dada durante a 4ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). Sem citar diretamente Venezuela ou Estados Unidos, Lula criticou discursos que buscam justificar intervenções externas. “A guerra no coração da Europa segue semeando a incerteza e canaliza para fins bélicos recursos até então essenciais para o desenvolvimento justo e sustentável que sonhamos. A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais”, afirmou.
O discurso do presidente ocorre em meio à escalada de tensão entre Estados Unidos e Venezuela. Em outubro, o ex-presidente norte-americano Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a conduzir operações secretas no país latino, pressionando o governo de Nicolás Maduro. Lula já havia manifestado insatisfação com o cenário, dizendo que nenhum país deveria “dar palpite” na Venezuela e que “intervenções” podem causar “danos” à região.

Antes da cúpula, o Itamaraty confirmou que a situação da Venezuela seria discutida no encontro, e Lula havia sinalizado que abordaria o tema. O Brasil mantém historicamente uma postura diplomática voltada à mediação de conflitos e à defesa da não interferência em assuntos internos de outros países. Segundo a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Padovan, o Brasil só atuará como interlocutor entre Venezuela e Estados Unidos caso seja solicitado.
Difusora1 com informações da CNN Brasil



