Política econômica mais protecionista defendida pelo republicano pode elevar a inflação na maior economia do mundo e gerar aumento nos juros do país, o que valoriza a moeda americana.
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos provocou um aumento expressivo nos juros futuros americanos nesta quarta-feira (6) e, como consequência, o dólar também dispara frente a outras moedas no mundo todo.
No Brasil, às 10h35, o dólar tinha alta de 0,63%, cotado a R$ 5,7827. Na máxima do dia, até aqui, a moeda já bateu os R$ 5,8619. O índice DXY — que mostra qual a variação do dólar em relação a uma cesta de moedas de outros países (como euro, iene, libra esterlina e dólar canadense) — tinha alta de cerca 2%.
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos provocou um aumento expressivo nos juros futuros americanos nesta quarta-feira (6) e, como consequência, o dólar também dispara frente a outras moedas no mundo todo.
No Brasil, às 10h35, o dólar tinha alta de 0,63%, cotado a R$ 5,7827. Na máxima do dia, até aqui, a moeda já bateu os R$ 5,8619. O índice DXY — que mostra qual a variação do dólar em relação a uma cesta de moedas de outros países (como euro, iene, libra esterlina e dólar canadense) — tinha alta de cerca 2%.
Os juros futuros dos Estados Unidos indicam a expectativa do mercado financeiro para qual deve ser a taxa de juros definida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nos próximos anos.
Essas taxas, que hoje estão entre 4,75% e 5,00% ao ano, servem como referência para o rendimento das Treasuries, os títulos públicos americanos, considerados os ativos mais seguros do mundo. Para os próximos anos, havia uma expectativa de que as taxas fossem menores, mas a vitória de Trump voltou a fazer as projeções subirem.
Durante a manhã, o rendimento do Treasury de 10 anos (que representa a expectativa para as taxas americanas daqui a 10 anos), por exemplo, saltou para o maior patamar em quatro meses, em torno de 4,47%, rompendo a máxima da semana passada, de 4,388%. Os rendimentos de dois anos também avançaram, chegando a 4,31%.
Mas qual a razão para este desempenho?
O candidato republicano defende uma política econômica mais protecionista, que prioriza a produção interna nos Estados Unidos em detrimento da importação de outros países.
Isso pode criar uma guerra comercial mais rígida para a China e reduzir as exportações de outros países emergentes que são importantes parceiros comerciais americanos, como Brasil e México, por exemplo. Essa antecipação de cenário ajudou a valorizar o dólar contra outras moedas emergentes.
“Já havia um impacto da percepção do risco de vitória do Trump, com a expectativa de que ele possa colocar tarifas de importação sobre países como México e China. Exportadores de commodities, como o Brasil, também podem ser afetados”, diz o economista Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Corretora.
Além de uma possível redução das exportações, que fariam com que menos dólares entrassem em circulação no Brasil, o aumento das tarifas nos Estados Unidos também encareceria os preços dos produtos dentro do próprio país, pois quanto mais taxas, mais caros ficam os produtos e serviços.
Preços mais altos gerariam uma nova pressão na inflação americana, o que pode levar o Fed a manter os juros mais altos, por mais tempo, para controlar os preços.
“Desta forma, investidores farão a opção de investir nos EUA com as taxas das Treasuries (títulos públicos americanos, considerados os mais seguros do mundo) mais altas”, diz Alexandre Viotto, chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos.
G1