Paraíba registra média de 1,2 mil crianças órfãs por ano desde 2021

Desde 2021, a Paraíba tem registrado uma média anual de 1,2 mil crianças que perderam pelo menos um dos pais, de acordo com dados recentes. O impacto dessas perdas é profundo, atingindo não apenas os menores diretamente afetados, mas também suas famílias e comunidades, ao trazer desafios emocionais, sociais e financeiros significativos.

Esses números são reflexo de uma combinação de fatores, como a pandemia de COVID-19, que acelerou a perda de vidas em todo o mundo, e outras causas como doenças crônicas, acidentes e violência. Em muitos casos, a ausência de políticas públicas robustas agrava a situação dessas crianças, que enfrentam dificuldades para acessar serviços básicos, como saúde, educação e suporte psicológico.

A orfandade causa lacunas emocionais e financeiras que, frequentemente, recaem sobre avós ou outros familiares próximos. Segundo especialistas, é urgente criar redes de proteção social específicas para apoiar essas crianças. A psicóloga infantil Juliana Farias alerta que “o luto infantil é muitas vezes negligenciado, o que pode levar a problemas emocionais de longo prazo se não houver acompanhamento adequado”.

Atualmente, a Paraíba dispõe de alguns programas de assistência social que podem atender essas famílias, mas a demanda crescente tem pressionado os serviços já existentes. Organizações não governamentais também têm desempenhado um papel essencial ao oferecer apoio psicológico e material às crianças em situação de vulnerabilidade.

A Defensoria Pública e o Ministério Público do Estado destacam a necessidade de políticas públicas mais específicas. Entre as sugestões estão o aumento do acesso a benefícios sociais, como pensões e bolsas para órfãos, e a ampliação de programas de acolhimento e acompanhamento psicológico.

Essa realidade reforça a importância de priorizar ações voltadas à infância, não apenas para mitigar os efeitos imediatos da orfandade, mas também para garantir um futuro mais justo e digno para essas crianças. “A sociedade precisa abraçar essas crianças, reconhecendo que o futuro delas depende do que estamos dispostos a fazer agora”, conclui a assistente social Maria Clara Lima.

A discussão sobre o tema ganhou espaço na Assembleia Legislativa da Paraíba, com deputados propondo a criação de um fundo estadual voltado à assistência de crianças órfãs. O projeto ainda está em análise, mas sinaliza um passo importante na construção de uma rede de proteção mais ampla e eficaz.

A realidade evidenciada pelos números pede urgência na articulação de ações concretas que deem às crianças afetadas a oportunidade de superar as adversidades impostas pela perda de seus pais e reconstruir suas vidas com dignidade e esperança.

Redação

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